sexta-feira, 11 de outubro de 2013

OMO lava mais branco

Papel higiénicoMuito se gosta, em Portugal, de justificar uma javardice com outra para ensaboar a primeira na tentativa de a branquear.

Por exemplo:

- Se falarmos na gatunagem que enriqueceu lambuzando-se nas gorduras e no lombo do BPN (sem esquecer que tão gatuno é o que rouba como o que fica à porta), surge logo alguém para falar da nacionalização e desviar as atenções dos bandidos e dos que se aproveitaram dos favores da bandidagem;
- Se falarmos de submarinos e da negociata que conseguiu ter corruptores engavetados na Alemanha sem que os corrompidos portugueses apareçam, surge logo alguém para falar das intenções anteriores e desviar as atenções de quem efectivou a compra.

Agora, com as pensões de sobrevivência, o truque é estampar a cara do adormecido Constâncio em tudo quanto é comunicação e rede social, para justificar que os sobrevivos não tenham aquilo que lhes é devido.

Nem sequer me vou dar ao trabalho de voltar a explicar que a pensão de sobrevivência é parte integrante do acordo estabelecido com a Segurança Social, que se banqueteia mensalmente com parte dos salários de quem trabalha, que não tem gerido devidamente os fundos que os trabalhadores (e as entidades patronais) entregam nas suas mãos. Também não vou perder tempo a explicar, uma vez mais, que aquele dinheiro não é do Estado embora tenha sido usado pelo Estado para tapar todos os buracos que apareceram.

Basta-me pedir que sejam mínima e intelectualmente honestos e que deixem de fazer de estúpidos todos os que não aceitam o branqueamento das golpadas que nos conduziram ao estado em que nos encontramos e que parem de tentar esconder o saque que não para de se fazer.
LNT
[0.375/2013]

2 comentários:

C.C. disse...

Nem mais!
Bem dito, como é costume.

Anónimo disse...

A CARGA FISCAL, OS CORTES DE RENDIMENTOS E A ECONOMIA PARALELA – TRIOLOGIA SATÂNICA OU A ESPIRAL QUE NOS CONDUZIRÁ AO ABISMO DEFICITÁRIO … - Parte II
Conclusão, nem com todo o rendimento líquido disponível, deslocado para o mercado da economia paralela consigo equilibrar o prejuízo. E isto para não falar que uma boa parte das aquisições de bens e serviços não são possíveis de deslocar, por inexistência de alternativas no mercado da economia informal, pelo menos por enquanto (água, electricidade, gás, combustíveis, internet, TV cabo).
Mas esta irresubilidade da equação, não me vai desanimar, antes pelo contrário vai-me obrigar a não desarmar a argúcia no objectivo de maximizar a adesão à economia informal. É um imperativo que sinto como um lema para poder sobreviver.
Assim sendo vou ter que frequentar mais as feiras e mercados, bem como aqueles locais ao longo das nossas estradas onde se podem adquirir os bons produtos locais, directamente aos produtores.
Por isso, os legumes, as frutas, o vinho, o azeite, os galináceos e coelhos, as febras e as costeletas, o vestuário e calçado, vão ser inteiramente deslocados das lojas do Belmiro, Soares dos Santos e demais súbditos do fisco holandês, para a economia verdadeiramente nacional e patriota.
Mas como este desiderato implica algum esforço, não só na identificação dos melhores locais para as melhores aquisições, mas também algum esforço económico pela deslocações, há que entrar no chamado sistema das “vaquinhas” com os vizinhos e amigos, o que me transformará num, se bem que involuntário, divulgador destas práticas.
Dizem as notícias e atestam as estatísticas que a economia paralela, ou informal, já vai (ou ia) nuns robustos 28% do PIB.
O que ninguém ainda se dispôs a apurar foi a distribuição dessa economia informal, pelas diversas regiões do país. Não custa no entanto a acreditar na suposição de que ela será menor no litoral e regiões densamente povoadas, e bem maior no interior, onde os laços familiares e de amizades são mais presentes, pois são estes factores os melhores aliados da informalidade.
Agora anuncia-se o encerramento a eito de Serviços de Finanças, nos municípios do interior. Ou seja, a representação do Estado vai-se diluindo, serviço a serviço, órgão a órgão, com consequências que ninguém de bom senso estimou.
Numa primeira fase, são os cidadãos que vão sentir os custos desta idiotice apressada a que chamam reforma do Estado, pois muitos vão ter que se deslocar muitas dezenas de quilómetros para conseguirem um qualquer contacto com a Autoridade Tributária enquanto os autores da medida vão exibir orgulhosamente os ganhos em poupança de gastos. Mas não exibirão o sorriso por muito tempo, pois as más consequências não tardarão a mostrar-se.
Porque, ou são inconsequentes mentais, ou então só podem estar interessados no alargamento da mancha da informalidade e na transformação de Portugal num território cada vez mais costeiro, à semelhança das possessões africanas no século XIX, com um PIB oficial raquítico e anémico, apenas relevado nas contabilidades de uns poucos grupos económicos.
Era este PSD o partido que tinha (e tem) nas suas hostes, um dinâmico teorizador económico, Miguel Frasquilho, de seu nome, que proclamava, não há muito tempo, que Portugal precisava de um choque fiscal. Afinal o que temos tido nestes últimos 2 anos foram avalanches de choques emocionais.
Era este mesmo PSD o partido que tinha (e tem) nas suas hostes, um congregador de manifestantes e dinâmico oponente à introdução de portagens na A8, Feliciano Barreiras Duarte, de seu nome. Afinal o que tivemos nestes últimos 2 anos foi a introdução de portagens em todas as vias onde se sabia que tal iria afastar de lá os condutores e transformar essas vias em desertos rodoviários.
Quem quiser que alvitre as consequências de termos um governo de gente que, em tão pouco tempo, coleccionou tantas inconsequências.
Vamos ver quais são os últimos a apagar a luz, quando chegarmos ao fim do túnel e nos virmos no meio do breu.