Mostrar mensagens com a etiqueta Finanças. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Finanças. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Gatilho

Canos de armaMais claro não poderia ser o Ministro das Finanças na comissão, esta manhã.

Aquilo que Gaspar e Álvaro anunciaram na passada semana foi um gatilho. Pena que não explicasse melhor, para que melhor se entendesse, que a arma disparada continha um cartucho sem bala e de pólvora seca.

Ainda assim, um tiro é um tiro, mesmo que seja só de fulminante e a lentidão da narrativa foi-nos útil por permitir acompanhar a velocidade do disparo do seu pensamento e ainda os artifícios cadentes contidos na linguagem de trapos com que disfarça.

Quanto ao alvo estamos esclarecidos. Sempre os mesmos e sempre mais do mesmo na senda deste túnel em que nos meteram e a quem teimam acrescentar, em cada réstia de esperança, mais um segmento de túnel no lugar onde devia haver uma luz, por muito baça que fosse.
LNT
[0.139/2013]

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Os ricos nunca pagam as crises

DecomposiçãoPelos resumos que pude observar ontem da apresentação do documento de Estratégia Orçamental 2011/2015 (em conformidade com o Acordo Ortográfico) feita pelo Ministro das Finanças, continuamos no caminho habitual de fazer recair sobre os que produzem toda a carga de esforços até que nada mais lhes sobre para que, com os rendimentos da sua produção, continuem a sustentar a fraca economia do País.

Chama-se a isto caminhar para o precipício.

Mais impostos para os do costume, igualdade de tratamento fiscal para os de maiores e menores rendimentos, mais desemprego somando-lhe agora uma multidão de trabalhadores da Administração Pública a quem já se tinham reduzido o vencimento e congelado todas as perspectivas de progressão de carreira e remuneração, corte das prestações sociais e manutenção do estado de favor da obesidade nos gastos públicos.

Nada de novo, a não ser o reconhecimento actual de que a crise europeia e mundial são factores de insucesso da recuperação portuguesa.

Dado que o impossível só existe enquanto não se descobrir a possibilidade e que a criatividade para a atingir anda longe destes senhores que nunca vão além das useiras e vezeiras receitas, não será desta que nos afastaremos do caminho do mal e o sistema em que estamos mergulhados continuará a impedir que sejam os ricos (os únicos que beneficiam) a pagar a crise.
LNT
[0.337/2011]

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Botão Barbearia[0.740/2008]
Vale-o-que-vale e é-o-que-é [ I ]Asas borboleta

O pior que poderia acontecer numa altura em que o mercado financeiro mundial dá mostras do enorme bluff em que viveu nos últimos anos seria que se abrissem frentes de pânico que induzissem, por exemplo, corrida aos bancos ou aos resgates de Fundos. Como tal, é compreensível e desejável que quem tem responsabilidade acrescida evite declarações catastróficas e passe a imagem (e mais do que só imagem) de garantia dos depósitos e das aplicações financeiras de baixo risco (pelo menos das que foram anunciadas com sendo de baixo ou nulo risco).

Desta atitude até à de responsáveis e proeminentes figuras virem a público afirmar que Portugal não será afectado, ou que só o será marginalmente, revela bem a moral de quem o faz e reflecte a sua ideia sobre o estado de imbecilidade daqueles a quem se dirige.

Até os barbeiros sabem, e os merceeiros também, que qualquer investimento em Fundos é baseado em aplicações financeiras, mercado de bolsa, etc. e que, se as bolsas mundiais estão em crise, essas aplicações sentirão os seus reflexos. Todos, até os sapateiros ou os alfaiates sabem que, se os Bancos e as Seguradoras detêm e são detidos por, em maior ou menor escala, outras instituições financeiras internacionais, a crise no topo da montanha vai provocar avalanchas até ao sopé.

Em Portugal caíram em desuso os diminutivos com que se davam às coisas portuguesas a sua verdadeira dimensão. Substituíram-se pelo fala-baratismo que agora usa expressões nulas como o vale-o-que-vale ou o é-o-que-é para dissimular o pensamento da vacuidade.
LNT
Rastos:
USB Link
-> Diário Económico ≡ Mais de 50 fundos portugueses estão expostos às falências

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Botão Barbearia[0.738/2008]
Estaremos à beira do pesadelo liberal?Nyon

Há muito que se sabia: O livre funcionamento do mercado é uma teoria interessante para quem dele quer sacar tudo para si e deixar para os Orçamentos de Estado a reposição do saque.

Penso que até Blair o sabia quando inventou aquela coisa mais suave que punha os olhos em alvo dos socialistas e sociais-democratas modernaços. Depois dos Estados Unidos chegou a vez da Inglaterra e da Europa central injectarem o dinheiro de quem tudo paga nos bolsos de quem tudo recebe. Uns chamam-lhes nacionalizações (os mais liberais), os outros chamam-lhes intervenções para salvaguarda do interesse público (os mais 3ª via).

Esta estorieta faz-me lembrar aquela outra dos defensores de menos funcionários públicos para que os empregados das empresas privadas possam ser pagos (e melhor pagos) em outsourcing pelo Estado.

Mas o pior pesadelo neo-liberal (odeio esta designação para capitalismo selvagem) pode estar próximo. Se o saque se mantiver, mesmo depois dos muitos mil milhões que os contribuintes estão a injectar para manter esse mesmo saque, o Estado pode falir e lá se vai a mão invísível que não é mais do que a almofada tranquilizante do sonho liberal.
LNT

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Botão Barbearia[0.706/2008]
Vacadas liberaisBoi peludo

Desta vez parece que os liberais (leia-se capitalistas selvagens pseudo-liberais) não estão pelos ajustes (a ver vamos) e que o trambolhão da finança americana se vai efectivar.

Nada de especial gozo ou satisfação porque tudo se irá reflectir também do lado de cá do Atlântico e acabará por nos tocar quando alguma banca portuguesa começar a revelar que parte dos seus investimentos eram em acções e noutros produtos do Lehman Brothers.

Como sempre a massa cinzenta da nossa terrinha desvaloriza a coisa. Aquilo passa-se do lado de lá, dizem, esquecendo que o mercado do lado de lá está aberto ao lado de cá e que as carteiras são formadas com investimentos universais. Esquecem-se também que o lado de cá não é só o que está para cá da fronteira espanhola.

Como sou barbeiro e não bruxo esperarei sentado para observar o efeito de arrasto que mais este crash americano vai provocar, antes de fazer raciocínios como os que se podem ler aqui, mas cada vez mais me convenço que a não mudarem os fazedores de opinião e de dinheiro em Portugal, nunca passaremos da cepa torta.

Isso e também para verificar se continua a ser verdade a máxima de que por trás de cada bom liberal há sempre um bom Estado que lhe garante as mais valias em tempo de vacas gordas e as almofadas dos contribuintes quando as vacas são atacadas de anorexia.
LNT
Rastos:
USB Link-> Jornal de Negócios On-line - Economistas desvalorizam impacto da falência do banco americano na banca portuguesa

-> Expresso BlogBrother - Carolina Reis - A crise financeira continua na ordem do dia dos blogues