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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Contra os canhões, marchar, marchar

MagritteDetesto personalismo e abomino o seguidismo.

Prefiro guiar-me por princípios de lealdade e pela honra. Coisas fora de moda, sei, mas coisas minhas. É inaceitável que alguém venha dizer: - Estou aqui - sem dizer ao que vem e para o que ali está.

Que ele estava ali já se sabia. Que ele já se fez invisível na altura em que foi necessário suceder no PS quando o Partido tinha acabado de ser esmagado por uma maioria absoluta da direita, que ele já avançou para recuar quando ainda havia dúvidas sobre se a direita já estava derrotada, fez, mas nunca deixou de se ver que ele ali estava.

Tinha agora obrigação de se apresentar às tropas dizendo quais são as armas de que dispõe e qual a estratégia a usar no combate a que se dispôs.

Não o fez. É pena e mais pena é constatar que está a formar um exército regular protegido por um pelotão de snippers refractários, desertores e mercenários.

Onde andavam essas tropas especiais quando foi necessário eleger deputados europeus para fortalecer, com uma equipa abrangente e diversificada de alto nível, o grupo do Partido Europeu Socialista e combater a direita que nos comanda a partir de Bruxelas?

Alguns, sabemos. Desfraldavam bandeiras ditas Livres que só serviram para enfraquecer o PES e outros entretiveram-se em faits-divers que ajudaram a deitar por Terra as pretensões de termos na Europa um grupo parlamentar capaz de defender as bandeiras sociais que os socialistas empunham em Portugal.
LNT
[0.188/2014]

quarta-feira, 28 de maio de 2014

O que tem de ser feito tem muita força

Partida/chegadaO triste espectáculo montado na sequência do sound byte lançado por Portas no seu discurso de derrota enche paragonas e distrai-nos do que os portugueses registaram no passado Domingo.

Em duas linhas, os eleitores que ainda se deram ao trabalho de dizer que acreditam neste regime mas que os Partidos do poder vão ter de fazer melhor se quiserem que neles continuem a acreditar, explicaram claro que estão fartos da coligação de direita embora ainda não tenham esquecido as razões que anteriormente os levaram a dar uma maioria absoluta ao poder instalado.

Portas, que é o sábio das sonoridades, lançou na noite em que sofreu uma das maiores derrotas da sua vida, uma farpa maquiavélica que pretendia desvalorizar a penalização que sofreu escondendo-a naquilo que designou por uma “perda menor” dado que o maior Partido da oposição não tinha capitalizado os votos que lhe escaparam.

Foi o suficiente para que políticos experientes do Partido Socialista se deixassem enrolar nas palavras de Portas e passassem a fazer eco do sound byte lançado. Foi suficiente para que, com base nisto, os vitoriosos vestissem os fatos de combate para fazer o jogo de “vitória menor” que Portas lançou.

Pouco interessa. O mal está feito.

O milhão e tal de eleitores do Partido Socialista olham para esta desfeita com incredibilidade.

Pensarão certamente que andaram a brincar com eles e com a honra das bandeiras que, nos dias anteriores à votação, desfraldaram junto de amigos e vizinhos no jogo democrático do convencimento de alternativas às malfeitorias feitas nos três últimos anos.

Mas agora, com o mal feito, a legítima direcção do Partido Socialista tem de reagir à contrariedade e reafirmar a seriedade com que se apresentou nos dois últimos Congressos Nacionais e o nosso Secretário-geral deverá confirmar, mais uma vez, que o seu único interesse é a defesa da melhoria da condição de vida dos portugueses.

Para o fazer tem de clarificar urgentemente a situação interna no Partido Socialista e evitar que o empastelamento criado pelo mal feito mine o que resta da credibilidade que os Partidos políticos ainda detêm em Portugal. Tem de ser rápido, tem de ser seguro, tem de ser clarificador.

Temos de seguir em frente. Há gente demais a viver mal demais para que se arrastem estes jogos de poder.
LNT
[0.186/2014]

terça-feira, 27 de maio de 2014

Há sempre quem cavalgue

olho de cavaloAntónio José Seguro garantiu que o Partido Socialista não só não se tivesse desmoronado, como conseguisse derrotar por duas vezes a coligação da direita que, aliada à extrema-esquerda, derrubou um governo do PS quando inviabilizou uma saída da crise à espanhola e obrigou o País a ajoelhar-se perante o capital internacional.

António José Seguro teve a coragem de avançar quando todos se esconderam e preferiram calcular as suas vidinhas futuras, fugindo às responsabilidades de suceder na oposição a um desaire eleitoral que levou a direita ao poder com maioria absoluta.

À segunda vitória consecutiva do Partido Socialista, mesmo sendo "de Pirro" como diria Mário Soares, mas uma vitória conseguida pela afluência às urnas de mais de um milhão de eleitores que votaram PS, equivale uma derrota esmagadora dos partidos da coligação de direita no poder, e uma descarga de frustração dos portugueses que se deram ao trabalho de ir votar e misturaram a sua revolta com a vontade de punir todos os "Partidos do poder" elegendo um partido (MPT) de que nunca tinham ouvido falar, de que não conhecem a ideologia nem o programa, e fizeram eleger dois deputados europeus, um por direito próprio e o outro por efeitos colaterais.

Com o calor do poder acordaram os que hibernavam.

Sempre com a ideia naquilo que estará a pensar o milhão e tal de eleitores que se deram ao trabalho de ir às urnas eleger 8 deputados europeus pelo PS, fico a observar o que se seguirá.

Gostaria de que, em vez do personalismo redentor, se tivesse optado pelo aumento e consolidação da qualidade, do saber e do projecto com que o PS se deveria apresentar a legislativas.

O povo eleitor que, em menos de 48 horas, está a ser desrespeitado por aqueles em quem confiou, continua a sofrer na pele as políticas da direita enquanto Passos Coelho, Paulo Portas e Cavaco Silva se riem do triste espectáculo público que a oposição montou para disfarçar a derrota colossal que a direita sofreu.
LNT
[0.184/2014]