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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Apelos à amálgama

BoteroSucedem-se os apelos para a convergência. Fico cada vez mais preocupado com esta vontade de uniformização e para este apelo à indiferenciação. A insistência para acordos provoca as meias tintas do costume, as cedências ao mal menor e a morte do regime.

Votar neste ou naquele não pode ser igual e, se não queremos que a política seja só disputa clubista, há que basear a nossa escolha na diferenciação e demonstrar que os modelos em disputa apresentarão resultados diferenciados. Não é possível pedir participação cívica se se inviabilizar a escolha.

Sempre preferi a diversidade até porque, em limite, só ela nos proporcionará a mestiçagem.

Já nos basta estarmos confrontados com a alternância de poder ao centro e com as lideranças personalizadas que no PS e no PSD transformam o colectivo em colectividade. Só nos faltava agora ficarmos sujeitos à amálgama.

Se é verdade que o cinzentismo reinante transformou a política em danças de salão, pelo menos não se prescinda da possibilidade de nos deixarem escolher a dança para Dona Constança.
LNT
[0.399/2010]

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Merecíamos melhor

Palhaço

"Bastardos hão-de ser da casa da liberdade esses Gracos ridículos, esses Publícolas palhaços que ora se enfeitam da coroa cívica nos Comícios, ora das pérolas de barão feudal nos palácios. Procurai-os, não sei onde os achareis. Aqui não: não temos cá barões no centro."
Discurso proferido por Almeida Garrett em 8 de Fevereiro de 1840, na Câmara dos Deputados, na discussão da "Resposta ao Discurso da Coroa", em resposta a José Estêvão.
(
O Portal da História)


Pelo que se pode constatar já não é a primeira vez que se faz evocação ao burlesco dentro de São Bento. Terá sido, talvez, a primeira em que o dedo em riste apontou o actor sem que ele estivesse caracterizado, é certo, e de Maria José, de quem se gosta por ser o que ela é, espera-se mais.

Andaremos ainda longe do fim do regime, mas estes comportamentos que se sucedem no bloco central desde a legislatura anterior, são a marca da degradação de uma classe política que depois se queixa de não ser respeitada por aqueles poucos que ainda insistem em elegê-los nos sufrágios nacionais.

Merecíamos melhor.
LNT
[0.761/2009]

sábado, 3 de outubro de 2009

Em fim de ciclo

Bordalo PinheiroDentro de uma semana estaremos a concluir o ciclo eleitoral de 2009. Excluindo a eleição do Presidente da República, elegeu-se tudo o que havia para eleger, confirmou-se o desencanto do eleitorado através de elevadas percentagens de abstenção e consolidou-se a ideia de que Portugal ainda não está receptivo a mudar de actores.

As eleições autárquicas que se realizam no próximo Domingo serão a prova final do estado do regime, agora que já houve lugar à censura pública com as Europeias e ao protesto com as Legislativas onde os votos descontentes preferiram aninhar-se nos extremos.

Portugal está em expectativa. Os resultados das eleições deixaram o País à beira de um ataque de nervos, o principal Partido da oposição no desatino habitual, os acordos de governação em suspenso das negativas permanentes dos outros parceiros e o Presidente da República em contenda exacerbada que faz perigar o "normal funcionamento das instituições" que já por si não funcionam bem.

Dentro de uma semana teremos, ou não, a confirmação de que se soma à crise económica a crise do regime, caso os cidadãos não dêem um sinal claro de que, passado o tempo das penalizações, continuam adeptos da democracia.
LNT
[0.625/2009]

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Também publicado no Eleições2009/o Público