sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Crânios

CaveiraSou um zero à esquerda em ciências da economia. Sempre pensei que, com uma crise internacional, com as portas abertas à recessão e com uma divisa internacional como moeda nacional, o melhor que havia a fazer era fomentar o mercado nacional e incentivar o consumo interno.

Julgava eu, mas não se esqueçam que sou um zero à esquerda em economia, que os cientistas da economia, tipo Vitor Gaspar, Cavaco Silva e toda a multidão que inunda os estúdios das televisões para nos dar lições de empobrecimento iriam, mais tarde ou mais cedo, perceber que se estivéssemos a produzir a nossa roupa e sapatos, os nossos telemóveis e televisores, as nossas couves e brócolos talvez não fosse necessário importar tanto, o que diminuiria as saídas de el-contado, aumentaria a circulação interna do pilim, evitaria que as fábricas fechassem, manteria os empregos, desenvolveria o que de melhor temos na agricultura fornecendo para a nossa indústria natural (o turismo) produtos de tal qualidade que fariam com que se viesse a Portugal para comê-los e bebê-los uma vez que lá fora teriam os preços que os produtos gourmet conseguem.

Mas não. Sou um zero à esquerda, confesso. Não só não entendo o código linguístico que os economistas inventaram para parecerem que estão a falar de coisas sérias sem se rirem, como não consigo atingir o alcance desse desígnio maior que é produzir para exportar quando ninguém quer importar. (excepção para a exportação de jovens formados com o esforço nacional servidos de bandeja com uma azeitona na boca e uma alcaparra no nariz).
LNT
[0.105/2012]

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