terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Uma questão de fé

MagritteEnquanto chove e não chove multiplicam-se as rezas e estranha-se que os cónegos do Caldas ainda não tenham feito sair uma procissão de vento em crista. Tardam soluções mas, como soi dizer-se, a esperança e a fé serão as últimas a perder-se.

As orações de ontem já funcionaram em parte. Hoje havia nevoeiro, essa espécie de mezinha nacional que tanto serve para humedecer as folhas e a terra, como para envolver esperanças e retorno de salvadores. Resta que a fé se fortaleça e o nevoeiro se faça chuva porque, se assim não for, a água benta não nascerá e as vacas sedentas perderão o sorriso.

Sem fé não há milagres e sem eles estamos tramados.

Enquanto isso (as procissões e as rezas) os troikos, que já estão em debandada com a barriga cheia do nosso Sol, deixaram ficar no pote mais um saco de moedas em troca da nossa felicidade para que continuemos a construir o túnel para além do túnel desde que seja feito com trabalho cada vez mais servo.

Prometem que voltarão quando a procissão sair do adro e o povo estiver de joelhos submetido aos sacristãos que, custe o que custar, deverão continuar a fustigá-lo com penitência, para remissão dos seus pecados.
LNT
[0.141/2012]

1 comentário:

folha seca disse...

E entretanto caro Luís vamos para o "laboratório" talvez descobrir como é que há tanta paciência por estas bandas.
Abraço
Rodrigo