Mostrar mensagens com a etiqueta Eu Tango tu Tangas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Eu Tango tu Tangas. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 19 de maio de 2010

The last tango

TangoMesmo em crise, ou com a crise, nem a democracia foi suspensa, nem muito menos a vida.

Esta realidade a que se soma a da tentativa de contenção verbal sentida no dia a dia, e ainda não foram aplicados os travões que o PEC2 tem para inviabilizar uma saída do túnel em que entrámos há tempo de mais e que se prolonga muito mais do que seria desejável, faz adivinhar o agitar das bandeiras e o arrancar das pedras da calçada.

Todos os dias pior, todos de dentes arreganhados para segurarem a rosa que teima em manter-se botão, mesmo murcha, enquanto se ensaiam novos passos atrevidos no salão de dança ao som compassado do tango, da tanga.

E como nem a vida foi suspensa nem tão pouco a democracia, mesmo contidos na verve, já se ouvem notas desafinadas do acordeão.

Ecoam os acordes de "por una cabeza" de Carlos Gardel mas percebe-se que a letra não é de Alfredo le Pera, nem conta a estória de um apostador das corridas de cavalos.

LNT
[0.176/2010]

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Botão Barbearia[0.139/2009]
MagalhaenseandoCarlos Alonso - El Corte

Assim, de repente, podia sair um texto qualquer semelhante a muitos outros que servem para marcar a presença da escrita alternativa no espaço público. Não inovava, é verdade, não acrescentava nada, também é verdade, mas mostrava estar vivo para a coisa Blogos(fera) como fazem outros artistas abruptamente famosos.

Mas não é de repente que quero fazer o tal texto porque sinto devê-lo escrever devagar, pensadamente e sem pressas como, por exemplo, faz a Senhora Dona Manuela quando agarra tranquilamente nos papeis que o Doutor Mendes esqueceu no fundo do baú da Buenos Aires e, por lhes juntar uns acordes de Piazzolla e uns trinados de Gardel, consegue dar ao bailarico de tango um ar frescamente requentado sem referência ao autor da partitura.

Assim de repente, de mansinho e sem peias, Dona Manuela usa lunfardo na sua faceta plagiadora e só não transita para o departamento de reciclagem das moedas-más por se tratar de assunto de Estado longamente pensado no green do golfo.

E isto, assim de repente, desanima e faz com que a escrita não flua mesmo que não falte assunto, por exemplo, para comentar que o nosso Primeiro ontem esteve numa escola com alunos verdadeiros, daqueles que estão inscritos desde o primeiro trimestre o que, embora não seja tão telegénico como uma sala cheia de putos de agência, sempre deu para projectar um grande-plano do sorriso raro da Senhora das Pérolas.

Assim de repente é o que se arranja. Corte e empoado fica para mais tarde. Siga o tango.
LNT