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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Contra os tabus, marchar, marchar

rebanhoA encenação circense do comunicado final do Conselho de Estado acabou por revelar mais um dos traços autoritários e de desrespeito que Cavaco tem pelos portugueses e pelos membros institucionais de um órgão que a Constituição (que Cavaco jurou cumprir e fazer cumprir) impõe.

Reconheço ser suspeito na defesa de Jorge Sampaio devido à amizade e camaradagem que já me levaram a consigo partilhar muitos momentos políticos nos últimos quase quarenta anos, mas essa suspeita não evitará que deixe testemunhado o seu perfil frontal e íntegro, o que o impede de dar cobertura aos joguinhos provincianos e tacanhos de Cavaco Silva.

Ao ler o título do I percebo bem a revolta de Sampaio e entendo que não lhe seja possível deixar passar impune um comunicado castrador feito pelo presidente da República em relação às matérias que foram abordadas no último Conselho de Estado. Note-se que Sampaio não quebra o sigilo a que está obrigado, antes se limita a insurgir-se com a falta de verdade contida nas omissões de Cavaco.

O protesto "com fúria" de Sampaio referido no I é próprio da verticalidade de um homem bom e de bem que não se deixa submeter.

Fico-lhe mais uma vez agradecido pela sua recusa de aceitar como inevitável a ideologia do pensamento único e da prepotência reinante no poder instituído.
LNT
[0.128/2013]

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Bloco central político e bloco central de interesses

Paula Rêgo – Jorge Sampaio Enquanto o Económico não disponibiliza a entrevista na íntegra torna-se difícil fazer um comentário sobre a concordância de Jorge Sampaio com um possível bloco central. Todos estamos mais do que experimentados com parangonas que depois não têm qualquer concordância com os textos que titulam e por isso aconselha-se prudência.

No entanto, pegando só em algo que já está transcrito, pode saber-se que Sampaio terá admitido a constituição de um bloco central político, ao mesmo tempo que rejeita um bloco central de interesses. Sampaio habituou-nos a coisas deste teor, desde a parte final do seu segundo mandato, o que fez com que pessoas que sempre estiveram com ele passassem a ter as maiores reservas ao seu pensamento. Pelo que agora se sabe, Sampaio pretende uma vez mais, tal como quando criou condições à demissão de Ferro Rodrigues, escamotear a coerência. Sampaio sabe bem, e já demonstrou sabê-lo fazer melhor que ninguém mesmo contra os seus mais fieis companheiros, que a manutenção de um bloco central político sem ideologia é a mesmíssima coisa que um bloco central de interesses. Demonstrou essa sabedoria quando Durão Barroso abandonou o País e ele não convocou eleições, tendo preferido a solução provisória Santana Lopes enquanto dava sinal ao PS para substituir a alternativa por alternância.

Com a morte da doutrina resta a vida dos interesses e foi pela subordinação das doutrinas aos interesses, da qual Sampaio tem fortíssima quota parte de responsabilidade, que chegámos ao ponto em que estamos hoje, isto é, em que ninguém sabe quais são as fronteiras do PS no açambarcamento do liberalismo do PSD e no abandono do social defendido por largos sectores do seu eleitorado.

Já o escrevi antes. Mais vale centrar os votos no PS ou no PSD exigindo liberdade de voto para os eleitos do que dividir os votos entre eles para depois os aglutinar num caldo de interesses muito mais global. Este novo agitar do espantalho da amálgama serve para incentivar os votos nos extremos, única forma de evitar que posteriormente se faça com os nossos votos aquilo que nós não quisemos fazer no momento de votar.
LNT
[0.356/2009]

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