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sábado, 7 de outubro de 2017

Autarcontas


Com fonte nos resultados oficiais do MAI fiz umas contas difíceis relativamente aos votos nacionais nas Câmaras Municipais e também na Câmara Municipal de Lisboa para tentar perceber das vitórias/derrotas e das razões que levaram Passos Coelho a abandonar a direcção do PSD em 2018.

Daquilo que apurei, Passos Coelho só precisou de uma boa desculpa para se despedir uma vez que os resultados obtidos não foram tão “pesados” como se disse, malgrado o vexame de Lisboa e Porto.

No fundo, os resultados eleitorais que obteve mais não serviram do que conseguir pretexto justificativo para aquilo que já devia ter feito há dois anos quando viu reprovado o seu Programa de Governo na Assembleia da República isto é, no linguarejar com que ele gosta de balbuciar, “ter-se posto ao fresco” – ou “ter dado de frosques” - tal como fez o seu parceiro de coligação, Paulo Portas.

Nem todos são raposas, adelante!

Senão vejamos:

1- Em relação a Lisboa (só votos para a Câmara Municipal)

O PS ganhou a CML mas perdeu a maioria absoluta que detinha. Mesmo havendo mais 23.799 votos válidos do que em 2013 perdeu 10.388 votos e 3 vereadores.

Os PSD+CDS (porque foi assim que concorreram em 2013) ganharam 29.164 votos e 2 vereadores. É certo que o PSD tinha 3 vereadores e passou a ter 2 mas o CDS tinha 1 e passou a ter 4.

A CDU ganhou 1.591 votos e manteve os seus 2 vereadores.

O BE ganhou 7.491 votos e passou de 0 para 1 vereador.

2- Em relação aos resultados Nacionais (só votos para as Câmaras Municipais)
As contas, em termos de eleitores, complicam-se porque os Partidos apresentaram-se umas vezes só e outras em várias coligações, algumas diferentes das de 2013.

Fazendo as contas aos mandatos apura-se que:

O PS ganhou as eleições tendo passado de 149 presidências para 158 (+9) e conseguiu mais 22 maiorias absolutas. Em termos de mandatos, incluindo os conseguidos em coligação, obteve mais 39. Deverá ficar com as presidências das ANMP, ANAFRE e AML

O PSD diminuiu de 107 presidências para 98 (- 9) das quais 92 foram com maioria absoluta. Manteve-se como 2ª força política autárquica a nível nacional.

O CDS passou de 5 presidências para 6, mantendo o 4º lugar no ranking das forças políticas autárquicas.
Em termos de mandatos os PSD+CDS, incluindo os conseguidos em coligação, perderam 49.

A CDU diminuiu de 34 presidências para 24 (-10). Manteve-se como terceira força política autárquica embora tenha perdido 49 mandatos.

O BE não alterou a sua posição. Continua sem conseguir qualquer presidência. No entanto aumentou em 4 o seu número de mandatos.

Quanto à “grande vitória” do CDS, ficamos falados. Mesmo só olhando para os resultados pessoais de Assunção Cristas chega-se à conclusão que o segundo lugar que obteve na CML e AML (mas que não se reflectiu nas Assembleias de Freguesia de Lisboa – não obteve qualquer presidência de Junta) foi conseguido com as transferências de votos do PS e do PSD que claramente quiserem reprovar a fraquíssima candidata do PSD e sancionar Passos Coelho (que a escolheu) abrindo-lhe o caminho para que seguisse o que foi trilhado por Paulo Portas há dois anos.

Passos Coelho quis testar os cidadãos mas não teve coragem de ser candidato à CML. Temos pena!
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.070/2017]

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Foi o Syriza, Pedrito

Passos Coelho rirUm dos mais velhos costumes dos religiosos é o de não pronunciar o nome de Belzebu. Quando se faz das ideologias políticas uma religião é natural que se tragam os costumes religiosos para a praça pública, principalmente quando se é fanático da ideologia ou, em alternativa, quando se é infantilizado.

Por isso Pedro diz, sem dizer o nome de Satanás, que o “Partido que venceu na Grécia” (coisa que nós não somos, como ele também afirma) conta um conto de crianças.

E julga, Pedro, que os milhões que elegeram o Syriza também pouco mais serão do que infantis porque se fossem adultos teriam percebido as criancices que os levaram a votar.

É o que dá entregar o poder na mão de gente tão imatura que insiste na nega do que já não é possível negar.

Ainda nos faltam uns meses para deixar de te aturar, Pedrito, mas vais acabar por entender.
LNT
[0.047/2015]

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Aos 31 minutos

Desemprego

"Eu gostaria muito que fosse mais porque 14,8% de desemprego é um ... um desemprego muito elevado, é um desemprego muito elevado.

menhããã, portanto não há dúvida nenhuma, tenho dito várias vezes, a taxa de desemprego é talvez a coisa mais dramática que nós temos em Portugal, quer pelo que representa para todos aqueles que estão desempregados, uma perda muito grande, não é só uma perda financeira, é realização profissional também, de dignidade, nhum,nhum, da maneira como se inserem na sociedade esse é um custo elevadíssimo, mas é também um custo para a economia porque ter tantas pessoas desempregadas significa evidentemente que não estamos a tirar o proveito devido se elas tivessem a trabalhar portanto é um resultado, é um resultado negativo."

Principalmente a ênfase em: “um custo para a economia porque ter tantas pessoas desempregadas significa evidentemente que não estamos a tirar o proveito devido

Um artista português que sabe que o País só está melhor porque os portugueses vivem em confisco e, por isso, estão pior. Palavras para quê?

Impostos

LNT
[0.136/2014]

quarta-feira, 16 de abril de 2014

E por falar em alforrecas

AlforrecaQuem era aquele senhor que ontem apareceu na televisão rodeado de luxos, cetins e dourados para falar das mil e uma maneiras de pôr o nosso País melhor, piorando a vida das pessoas que nele habitam?

Aquele senhor que dizia (cito de cor) que o desemprego é uma catástrofe porque é um desperdício de proventos para o Estado (como se o desemprego não fosse, antes de mais, uma catástrofe para quem está desempregado e para os seus familiares).

E o outro senhor que estava sentado em frente dele a fazer perguntas era o mordomo da mansão onde se estava a encenar a peça?

Falta muito para termos um Primeiro-ministro a sério? E jornalistas independentes?

Falta muito para terminar o período eleitoral e voltarmos à política do esmifranço inconseguimentista do "que se lixem as eleições"?
LNT
[0.135/2014]

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Quem nasceu para coelho nunca chegará a lebre

His master voicePassos, reeleito com uma percentagem coreana entre os mínimos que ainda lhe fazem a corte, veio a público informar que o relógio de Portas só serve para medir o tempo que falta para um novo tempo sem eles.

Coelho nasceu politicamente para nos roer a corda e alapou-se em Portas para garantir a toca de onde, escondido, debita loas sobre as vantagens da não ambição.

Foram bem poucos os militantes que nele votaram. Muitos mais fizeram silêncio perante a propositura única e, dos que ainda se disponibilizaram para fazer das urnas um depósito de vontades, muitos lhe disseram que não.

Quando anunciou, na sua declaração de vitória, que o objectivo continua a ser o da mediocridade e da não ambição de transformar a anterior falsa abundância em abundância consistente, preferindo a pobreza, confirmou o poucochinho para que nasceu.
LNT
[0.030/2014]

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Tic-tac

Relógio de bolsoCom o mesmo ar impante com que deu o dito por não dito em troca de títulos e prebendas, Portas, o irrevogável e colossalmente demagogo há mais de trinta anos a salvar Portugal, descerrou um astrolábio digital que aponta para o fim da útil troika que ele e o seu Primeiro-ministro meteram porta dentro com a calçadeira de Belém.

Ainda não há certezas das novas passa-culpas que inventarão para dar continuidade à destruição em curso quando surgir o dígito zero, mas já se ouvem ecos de estar em preparação um cautelar para a machada final antes que se esgote o tempo de gatos-pingados que a democracia lhes deu e que Cavaco garantiu como certo.

É que ainda lhes falta um ano indispensável à beberagem que fermenta de novo no pote do quadro comunitário e há que manter o pagode entretido enquanto que, à falta de aeródromos abandonados, se formem técnicos para operação em ancoradouros submarinos.

O tempo urge!
LNT
[0.501/2013]

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Cara-de-pau

Passos Coelho já não surpreende pela “inverdade”. O que surpreende é que cada vez mais se leia e oiça na comunicação social e nas redes sociais (dos seus poucos restantes seguidores) que ele é profundamente “verdadeiro”.

Quando a política de destruição de todos os avanços civilizacionais dos últimos 40 anos estiver concluída em Portugal haveremos de ouvir Passos Coelho afirmar, com a sua habitual cara-de-pau, que passámos a ser muito mais civilizados.
LNT
[0.486/2013]

domingo, 17 de novembro de 2013

Areia para os olhos

CoelhoTenho ouvido a central de propaganda, desta vez pela voz do seu próprio líder - Passos Coelho - , a disparar que se quisermos atingir o “sucesso” irlandês teremos de passar por tudo aquilo que eles passaram.

Em primeiro lugar espera-se que o “sucesso” irlandês que agora lhe enche a boca seja diferente do “milagre irlandês” que se anunciava há uns anos atrás.

Em segundo lugar espera-se que existam tantos portugueses influentes (e ricos) nos EUA como há irlandeses.

Em terceiro lugar, usando a linguagem com que esta gente não pára de nos tentar meter os dedos nos olhos, avisar o senhor Primeiro-minstro que a “inverdade” habitual do seu discurso já não nos engana. Não é por falar de medidas mais duras (em termos percentuais – e é este o truque que ele usa) que o salário mínimo na Irlanda não é praticamente três vezes superior ao português.
LNT
[0.446/2013]

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Mais um piparote nas orelhas do Vice

Piparotes
«Nestes últimos dias, medidas que estavam previstas e descontadas há vários meses, (...), foi apresentado no espaço público de uma forma que contrai as expectativas da generalidade dos agentes em vez de recentrar essas expectativas»
Pedro Passos Coelho
Dado que quem apresentou as medidas no espaço público foi Paulo Portas coadjuvado por Maria Luís, Coelho fez saber uma vez mais que o choque de expectativas tem um responsável directo.

Continua o braço de ferro na paz podre que Cavaco Silva impôs a esta gente.
LNT
[0.365/2013]

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Submarino ao fundo

Batalha Naval
Se este Governo fosse uma folha de cálculo era fácil demonstrar que também tinha as fórmulas erradas. Por alguma razão os americanos chamam sheet ou spreadsheet às folhas de cálculo electrónicas Excel (não confundir com shit embora a pronúncia seja a mesma e, para algumas teorias económicas, o sentido também).

Mas este governo não é uma folha de cálculo porque é uma grelha de batalha naval, senão vejamos:

Há uns dias Paulo Portas, um submarino no governo, disparou três tiros e conseguiu acertar um no porta-aviões. Sabe, quem já jogou, que os porta-aviões alvejados com um tiro ficam meio desasados mas só vão ao fundo se receberem cinco bojardas.

Já com os submarinos a coisa pia mais fino porque lhes basta um petardo para que naufraguem. Hoje, Passos Coelho fez isso e estoirou com as fronteiras que Portas dizia serem intransponíveis.

Ficamos na expectativa das consequências. Afinal tão aldrabão é o que diz que não cortará os subsídios e os corta, como o que declara fronteiras intransponíveis e as deixa violar enquanto assobia para o lado.
LNT
[0.106/2013]

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O polícia bom e o polícia mau

Alô-alôO funcionário Paulo Portas que nunca funcionou publicamente embora seja um servidor do Estado desde sempre (ou melhor, um servido do Estado) aparece como o polícia bom neste regime policial-chupista a que estamos entregues.

Passos Coelho anuncia o pior e concede 48 horas ao seu parceiro para anunciar o menos mau, para que se diga que podia ser pior. Parece confuso, mas não é. É a tática do polícia bom e do polícia mau. Ambos concorrem para subjugar os alegados suspeitos só que um bate e o outro finge ficar incomodado com a violência.

Ambos estão convencidos que o mal reside nas pessoas e, em vez de agirem sobre as instituições, reformando-as, agem sobre os cidadãos deixando por fazer o difícil corte nos desperdícios inúteis que sustentam os seus interesses.

Portas foi claro. As medidas foram anunciadas em exagero para que pudessem ser negociadas. Por isso Coelho quis 67 anos para a aposentação e Portas ficou-se pelos 66. Por isso Coelho falou em mais imposto sobre as reformas e Portas disse que já bastava o que aí está, quando todos sabemos que o suficiente de Portas é já manifestamente exagerado. Ficamos com a sensação, e é essa a estratégia, de que aquilo que vai ser podia ser pior.

É a política feita mentira e cinismo.

Entretanto sobre as outras reformas, nada. Nem na Administração Pública, nem na Justiça, nem na Administração Local, nem nas empresas públicas, nem no fisco, nem em coisa alguma.

Cortam-se vencimentos, cortam-se rendimentos de quem já não tem mais para dar, mantém-se os lugares e as mordomias das clientelas, cria-se uma casta de intocáveis que vivem à margem dos sacrifícios.

Também mais não seria de esperar num País onde os negócios mais ricos são as mercearias, os grandes-ricos são merceeiros e onde as privatizações mais não foram do que transitar monopólios de Estado para monopólios privados.

Entretanto os comentadores do regime falam de cisões e arrufos no poder para que nos convençamos que os policiais são diferentes e assim se deixe de percepcionar que tudo é cavaco do mesmo cesto.
LNT
[0.091/2013]

segunda-feira, 18 de março de 2013

O fala-só

Fala-sóDepois de Marcelo ter defendido que Passos deve ir às escolas e que a JSD deve encher as cadeiras dos anfiteatros que se abrem para receberem Passos Coelho, hoje o Primeiro-Ministro conseguiu ir a uma escola falar para as paredes e para as televisões que mostravam o anfiteatro tão vazio como o discurso do chefe do governo.

Fora do anfiteatro todos, incluindo a JSD, não quiseram dar a mão a quem lhes rouba os anéis e os dedos.

Marcelo, tal como Gaspar, não acerta uma. Passos também não, mas isso já todos sabíamos.
LNT
[0.016/2013]

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O estado a que chegou a nação


Coelho Ventoinha

Não foi muito grave. O homem conteve-se e não disse “merda”.
Palavras para quê? É um Primeiro-Ministro português (ou um coiso português, como diz o coisinho).
LNT
[0.346/2012]

domingo, 8 de julho de 2012

Custe o que custar, mesmo para além de…

Passos CoelhoJá todos entendemos de que o “custe o que custar” pode ir para além da legalidade e do cumprimento dos próprios preceitos que definem a existência do actual Governo.

Já todos nos apercebemos de que a mil vezes evocada condição de economista do Presidente da República o faz confundir o juramento constitucional de cumprir, defender e fazer cumprir a Constituição, com a sobreposição dos seus interesses partidários e com o cumprimento, defesa e obrigatoriedade de cumprimento do Orçamento do Estado, mesmo que seja contra os interesses nacionais e contra a Constituição.

Já todos entendemos que o Presidente da República justifica os seus actos, nomeadamente este que revela uma quebra consciente e assumida do seu juramento constitucional – uma vez que tinha declarado, anterior e publicamente, estar consciente da violação da norma constitucional - com desculpas esfarrapadas como a de que nunca, anteriormente a ele, algum Presidente havia inviabilizado um OE e omitindo (como aliás é useiro e vezeiro em omitir no que lhe interessa (lembram-se da questão das pensões em que só falou de uma parte insignificante do que recebia?), que também nenhum dos seus antecessores tinha promulgado conscientemente uma Lei que contivesse clausulas inconstitucionais.

Já todos nos apercebemos de que Paulo Portas só aparece quando os actos estão consumados e que se faz sempre de vítima quando os escândalos de que é co-responsável já são do domínio público.

Já todos nos apercebemos de que este Governo exerce a política da chantagem e da ameaça e que só se prontifica a negociar depois de verificar que a sua chantagem não funciona (caso da greve dos médicos e da dos pilotos da TAP).

Já todos nos apercebemos de que a agenda é despedir 100.000 trabalhadores da Administração Pública e que a estratégia seguida está a caminho de concretizar esta agenda.

Já todos nos apercebemos de que o “ir mais além” é o ensaio para se saber até onde podem ir e que, se não lhes explicarmos que já foram longe demais, tentarão ir sempre ainda mais além.

Já todos nos apercebemos de que, quando a Troika tiver de admitir que as suas políticas são miseráveis e que não servem os seus próprios interesses (porque não é possível conseguir o reembolso de quem já nada mais tem para reembolsar), irá desculpar-se com “o mais além daquilo que tinham proposto” com que Passos Coelho e Paulo Portas entenderem empobrecer Portugal.

Já todos entendemos de que o “custe o que custar” está à beira de custar o próprio cumprimento dos nossos compromissos internacionais.

Já todos entendemos e parece que só o Governo não entendeu ainda, de que estamos no caminho errado e de que a determinação do actual poder mais não é do que uma teimosia na defesa dos interesses de muito poucos à custa do inadmissível sacrifício de todos os outros.
LNT
[0.338/2012]

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Banks, not taxpayers, should be responsible...

Onda
(...) Finally, we must take steps to build a robust, dynamic and competitive financial services sector that creates jobs and provides vital support to citizens and businesses. Implicit guarantees to always rescue banks, which distort the single market, should be reduced.
Banks, not taxpayers, should be responsible for bearing the costs of the risks they take.
While pursuing a level playing field globally, we should commit irrevocably to international binding standards for capital, liquidity and leverage with no dilution, ensuring that EU legislation adheres to Basel 3 standards to ensure financial stability and meet the financing needs of our economies. Banks should be required to hold appropriate levels and forms of capital in line with international criteria, without discrimination between private and public equities. We also call for rigorous implementation of the G20 principles on banking sector remuneration in line with existing EU legislation
.(...)
Este trecho faz parte de uma carta assinada por 12 Primeiros-Ministros europeus dirigida a Durão Barroso e a Herman Von Rompuy.

Portugal ficou à margem. Parece que o assunto não lhe diz respeito, como aliás parece ser também opinião dos jornais portugueses que dela passaram ao largo fingindo não existir.

Nem por ser carnaval a coisa fica menos mal.

Pedro Passos Coelho (onde andará Portas que parece nada ter a ver com estes negócios estrangeiros) prefere manter-se curvado no beija-mão submisso à senhora Merkel e ao governador de Vichy, a alinhar ao lado de David Cameron, Mark Rutte, Mario Monti, Andrus Ansip, Valdis Dombrovskis, Jyrki Katainen, Enda Kenny, Petr Nečas, Iveta Radičová, Mariano Rajoy, Fredrik Reinfeldt e de Donald Tusk.

Como escrevias, Pessoa?
Tenho mais pena dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho
Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes dizer nada. Mas o que sonha o possível tem a possibilidade real da verdadeira desilusão. Não me pode pesar muito o ter deixado de ser imperador romano, mas pode doer-me o nunca ter sequer falado à costureira que, cerca da nove horas, volta sempre a esquina da direita. O sonho que nos promete o impossível já nisso nos priva dele, mas o sonho que nos promete o possível intromete-se com a própria vida e delega nela a sua solução. Um vive exclusivo e independente; o outro submisso das contingências do que acontece

Fernando Pessoa, in O Livro do Desassossego
LNT
[0.130/2012]

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O toca–e-foge

Olho de loboTantas vezes diz Pedro – vem lá o lobo – que, no dia em que o canídeo lhe comer as ovelhas, ninguém prestará atenção.

Andava ainda Deus a planear a vinda de um dos membros da Santíssima Trindade para daí a quatrocentos anos e já Esopo avisava.

Passos Coelho é como o pastor mas, nos tempos modernos, arrisca-se a ser comido com o rebanho que apascenta.

Pedro usa a técnica do toca-e-foge que consiste em mandar avisos do que pretende fazer para que, no futuro, possa dizer que já tinha avisado. Como sabe que o lhe vai na cabeça só receberá votos se os portugueses já estiverem ao nível do masoquismo puro, apressa-se a desdizer, a interpretar e a contrariar tudo aquilo que acabou de afirmar. A sua antecessora também era assim mas tinha interpretadores encartados para suavizar os propósitos, coisa que Coelho não consegue, uma vez que Relvas – essa espécie de caterpillar do PSD – ainda é mais radical do que ele próprio e o homem que telepaticamente fez o acordo troiko enquanto aguardava na São Caetano que lhe ligassem, foi largar bojardas para Copacabana.

O toca–e-foge de Pedro, cansa, descredibiliza e banaliza. E, mesmo sabendo que o lobo lhe ronda o rebanho, o seu grito de alerta é tão repetido e já tantas vezes fez pegar em armas para enfrentar o falso alarme que cada vez alerta menos.

Nota para melhor esclarecimento:
O lobo a que me refiro não tem cerdas russas na cabeça. Esse, aliás, não é um lobo mas sim uma raposa.
Refiro-me ao outro, ao lobo-do-mar da lavoura, o da dentadura branca, habituado aos periscópios.

Na forja:
A fábula da raposa e do lobo. Em breve disponível no quiosque de São Bento.

LNT
[0.176/2011]

terça-feira, 22 de março de 2011

Sócrelho versus Coelhócrates

Cavaco aos figosCavaco, a quem tudo se permite e para quem a comunicação social nunca olha com a mesma intensidade com que olha para outros actores políticos, possivelmente pela sua cassete de político apolítico, atirou para a praça, em tempo de venda de sonhos, que a sua não eleição à primeira volta implicaria a subida de juros nos "mercados". Foi eleito à primeira e os juros ainda não pararam de subir, coisa nunca mais referida. Adelante!

Cavaco anunciou, no tempo da venda de sonhos, que a sua magistratura se basearia na negociação de soluções e que, decorrente da sua formação nas áreas da economia, Portugal iria estar melhor preparado para o que aí vinha. Da negociação de soluções foi o que se viu. O discurso limão da vitória e o discurso toranja da posse foram marcas registadas da negociação que pretendia fazer. Da sua vantagem de ser economista, os resultados estão à vista e não precisam de comentários.

Resta a capacidade de gestão política para termos um quadro completo do que representa Cavaco neste seu segundo mandato.

Pelo que se apercebe dos bombardeamentos mais ou menos dramáticos que nos vão entrando em casa todos os dias, a solução Sócrates ou Passos Coelho é a mesma, ou seja, aquela que foi enunciada na semana passada na UE e que amanhã vai a votos em São Bento. Resta saber se a gestão será Sócrelho ou Coelhócrates. Para tal, Cavaco deixa "correr o marfim" e dá indicações para que se comece a limpar o pó das urnas onde iremos depositar o voto e possivelmente enterrar a esperança.

Se o que aí vem for gestão Coelhócrates, Cavaco ainda vai ter alguma coisa para se agarrar mas, se for uma gestão Sócrelho, foi tudo em vão. A inabilidade do Presidente da República fica patente, pela desnecessidade, pela ruína e pelo mal que resultará de tudo isto para todos nós, incluindo os da facção com quem ele não está a ajustar contas.

Sei que se diz que cada povo tem aquilo que merece mas, ainda assim, merecíamos mais e melhor do que isto.
LNT
[0.098/2011]

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

What's up, Doc?

Bugs BunnyPedro Passos Coelho esteve em silêncio durante uns dias. Consequência: O PSD subiu nas sondagens. É sempre assim quando PPC fica calado.

Mas PPC, que segundo alguns comentadores políticos está em fase de aprendizagem (sem nunca dizerem de quê e para quê), detesta ver o seu Partido com pretensões a chegar ao poder com maioria absoluta e voltou a falar para reconhecer as suas limitações.

Dizia ele, se bem ouvi, que limitar o vencimento dos gestores públicos ao ordenado do Presidente da República *, era promover o clientelismo e a incompetência porque os melhores recusariam assumir lugares nas empresas públicas.

Estando ele na corrida para ser Primeiro-Ministro, que ganha menos que o Presidente da República, ficamos esclarecidos sobre a sua competência, não é?

* O actual Presidente da República, tendo sido obrigado a optar entre o vencimento do cargo ou as suas reformas, optou pelas reformas por elas serem superiores ao vencimento de Presidente da República.
Fica a lembrança só para se ter uma ideia da espoliação feita aos contribuintes a favor do pagamento de pensões vitalícias superiores ao vencimento do mais elevado cargo do Estado.
Há que nascer duas vezes...

LNT
[0.072/2011]

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Imaginem

CoelhoEm resposta à frase de Passos Coelho, que as televisões e as rádios passam à exaustão desde a jantarada de ontem:
"Imaginem o que seria um Governo com um projecto de mudança profunda na sociedade portuguesa e volte a pôr o país a crescer… Imaginem o que seria ter Manuel Alegre Presidente da República?"
só pode ser atirada uma outra:
Imaginem o que seria um Governo com Passos Coelho à redea solta… Imaginem o que seria ter Cavaco Silva Presidente da República?
LNT
[0.493/2010]

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Acerta o passo, coelho

Cartaz interdito


Agora que o PSD "finalmente ouviu Sócrates" chegou a altura de despachar o parceiro de tango para retornar ao fandango.

Manuela Ferreira Leite conseguiu explicar a Passos Coelho que o que se passou há uns meses no PSD não foi a sua derrota, mas só a demonstração de que ela vale mais na sombra do que ele com dez Sóis apontados.

Passos Coelho recolheu à toca, conforme tem sido patente nos últimos dias, possivelmente para tossir o engasgo que a estratégia desastrada que traçou lhe está a provocar.

Mesmo que venha a ganhar as eleições seguintes tem o destino marcado pelas sombras que mandam no seu Partido. A pouca rodagem com que ascendeu aos holofotes não lhe trouxe a sabedoria necessária para localizar a voz que o atormenta.

Ao contrário de todos os outros, ainda não percebeu o que o fez não ter assento na Assembleia da República.
LNT
[0.392/2010]