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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O País a saque

TerrorChegam-me notícias que se multiplicam as cartas para contribuintes que requereram há três, quatro meses, abonos de família que lhes foram concedidos, a exigirem que o dinheiro seja devolvido à Segurança Social.

Não estou a falar da suspensão do Abono de Família, num País que já está em último ou penúltimo lugar de nascimentos. Falo de reposição do montante de uma prestação social que foi concedida há três ou quatro meses.

Estamos perante um assalto aos mais carenciados.

Os termos, com a ameaça de cobrança coerciva, são inaceitáveis e aproximam-se de terrorismo de Estado. A política do medo está a fazer o seu caminho quando se ameaça alguém com meios de subsistência baixa, que recebeu da Segurança Social um apoio (requerido e concedido) para ajudar no pediatra ou no leite de complemento, e agora é posto perante o saque violento, por penhora ou outros meios, dos seus parcos haveres.

Não se admirem quando ao terrorismo for respondido com terrorismo. Perdeu-se a noção de decência e de que o Estado é uma pessoa de bem.
LNT
[0.071/2012]

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Já fizeram o soro?

MagritteDeve haver aqui qualquer coisa que me escapa. Das duas uma, ou já mandaram fazer o soro indolor para a injecção atrás da orelha a aplicar a todos os bancários com mais de setenta anos, ou este novo encargo de gerir mais uns milhares de pensionistas irá significar a tal hipoteca das gerações vindouras que Passos Coelho e Paulo Portas gritavam há meia dúzia de meses ser necessário estancar.

Claro que agora servirá para tapar os desvios colossais que não há meio de serem identificados (as coisas na Madeira continuam a dar brado) e ainda sobrarão uns milhões para os amigalhaços, mas o futuro, a hipoteca dos vindouros e o colapso parecem mais que evidentes.

Reconheço ser uma área que não domino e enquadro nas ciências ocultas do ramo da engenharia financeira, mas faz-me espécie saber que os montantes vão ser desviados dos fins a que se propunham e os encargos ficarão para quem for o último a fechar a porta antes de se apagar a luz.

Haverá alguma alma caridosa que queira explicar?
LNT
[0.565/2011]

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

67, um número curioso

Miguel Telles da GamaDois dos mais graves problemas da sociedade actual, seja ela política ou civil como agora sói dizer-se, é a falta de identificação dos objectivos e a diminuta seriedade em relação aos membros não executivos dessa sociedade.

Lê-se hoje nos jornais, penso que no tablóide CM, que o Governo irá propor a passagem da reforma para os 67 anos. A acontecer, trata-se-á de mais uma desonestidade, dado que as reformas não dependem dos contribuintes mas sim dos trabalhadores que para elas descontaram com base em pressupostos de contrato que são alterados unilateralmente no decurso da sua vigência. Se é verdade que o tempo médio de vida tende a ser dilatado, não deixa de ser igualmente verdadeiro que quem amealha uma vida inteira tem o direito a usufruir do benefício de poder gozar os últimos anos dessa vida sem ter de cumprir horário. As pessoas têm de ter direito à felicidade e a usufruir das suas poupanças, sejam elas constituídas em amealhamento no privado ou no Estado.

Quanto aos objectivos e à obrigação de serem definidos com verdade e eficácia, há que apurar que o objectivo não é o prolongamento do tempo de trabalho (basta perceber que o Estado e os particulares não contratam trabalhadores com mais de 55 anos) mas sim a sustentabilidade dos esquemas que pagam essas reformas.

Definido o objectivo (sustentabilidade das reformas), deixem em paz e sejam honestos com os trabalhadores e desobriguem-nos da obrigação de trabalhar até aos 67 anos, limitando-se a incluir os descontos nas reformas até que se atinja essa idade.

Evitam a desonestidade de comer uma percentagem do montante a que os contribuintes têm direito (através da penalização), aliviam o mercado de trabalho, promovem o emprego nos sectores mais jovens e ajudam na felicidade de quem já começa a não ter pachorra para aturar esta malta que está convencida que é com o seu contributo que se sustentam as reformas dos que já descontaram toda a vida para as ter.
LNT
[0.078/2010]