quarta-feira, 16 de julho de 2014

Sim partis antes

Falar por falarEu sei que devia estar muito satisfeito pela qualidade da democracia que o Partido Socialista quer atingir, mas confesso que me custa um sapo ser posto em pé de igualdade na eleição do candidato do PS a PM com pessoas que há um mês atrás apelavam ao voto noutras forças políticas. Sei que isto pode significar que esses cidadãos venham a votar no PS nas próximas legislativas mas não acredito que o façam porque, ao contrário de mim que estou no PS por convicção política, se não conseguirem eleger quem agora vão apoiar irão voltar a votar contra o PS.

No fundo, o que se está a promover é só o personalismo e isso é realmente um sapo inchado que me engasga.

Como é que o voto de alguém que há tão pouco tempo se recusou a contribuir para eleger uma lista socialista para o Parlamento Europeu, para mais uma lista de consenso dentro do PS com elevada qualidade reconhecida nacional e internacionalmente, tendo com isso ajudado a inviabilizar a mudança necessária em Bruxelas, pode agora ter o mesmo valor do que o meu, militante do PS, na escolha de quem irá governar Portugal tendo, em contraponto, contribuído para que na Europa se mantivessem forças adversas à política que o PS pretende para Portugal?

Como é que o meu voto pode ter igual valor, na escolha de quem seja presente ao Presidente da República quando ele perguntar ao PS quem é que indica para Primeiro-ministro, ao de um outro cidadão que há tão pouco tempo empunhava bandeirolas e estampava nas redes sociais símbolos adversários do meu Partido de sempre?

E ainda vejo por aí quem apele à inscrição massiva de “simpatizantes” no Partido Socialista e não consiga entender que as regras do Partido Socialista são as que foram aprovadas pelos socialistas e que devem ser respeitadas por quem se diz simpatizante.

A primeira coisa que deveria fazer, a seguir a tomar conhecimento da Declaração de Princípios do PS, seria a de se inteirar dos Estatutos para perceber que o Secretário-geral é eleito fora dos Congressos, em sufrágio universal, directo e secreto e que os Congressos (ordinários e extraordinários) são os plenários soberanos do Partido, de que se diz simpatizante, onde se discute e aprova política, orientações, estratégias e se elegem os restantes órgãos directivos do Partido.

Os Congressos são a essência do PS e não eventos menores onde se joga à macaca. Como se pode admitir a uma eleição interna do PS quem nem isto consegue entender?
LNT
[0.303/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXLVII ]

Cuisses de Grenouille
Cuisses de Grenouille - Paris - França
LNT
[0.302/2014]

terça-feira, 15 de julho de 2014

Sem título e sem vergonha


Oh pá, Salgado,
Quanto do teu sal irão ser mais lágrimas de Portugal?

LNT
[0.301/2014]

Da vida

MagritteNão lhes passe pela cabeça que desisti do que quer que seja. Estou um pouco cansado, é certo, desta guerra argumentativa em que alguns pretendem submeter todos os outros deixando correr impunes os desmandos que nos são impostos, mas nunca me canso da inteligência.

Não desisti do que quer que seja e não temo nem as ameaças veladas que vou recebendo, nem me rendo perante os argumentos sonoros de quem tem direito de antena.

Quando temos razão, a nossa, não se cede.

Acontece que há pausas necessárias, mesmo em tempo de guerra, e mesmo nesse tempo julgo que se devem limpar armas, ao contrário do que vulgarmente se diz. As munições estão pelo preço da morte e devem ser usadas com parcimónia preferindo a sua eficácia no tiro-a-tiro ao desperdício das rajadas.

Lixo

Entretanto parto para outros destinos. Encho caixotes de lixo com papéis que me levaram muita sabedoria e esforço de anos. Limpo milhares de ficheiros de trabalho e pesquisa. Preparo-me para mudar de vida e para me concentrar no que importa da vida restante que irei iniciar quando voltar de férias.

Sem desistir do que quer que seja, principalmente sem abdicar de mim e dos meus princípios.
LNT
[0.300/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXLVI ]

Escargots de Bourgogne
Escargots de Bourgogne - Paris - França
LNT
[0.299/2014]

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Sete

Sete
Sete indica o processo de passagem do conhecido para o desconhecido. O Sete é uma combinação do três com o quatro; O três, representado por um triângulo, é o espírito; o quatro, representado por um quadrado, é a matéria.
O que pode um barbeiro estabelecido há sete anos dizer no dia em que a sua barbearia comemora o aniversário?

Pouco, porque pouco mais há a dizer do que obrigado aos 770 mil visitantes que já por aqui passaram para concordar, discordar ou nem pouco mais ou menos.

Isto somado aos anos de escrita anterior noutros blogs atira com o Luís da barbearia para o paleolítico dos Blogs, num tempo em que muitos dinossáurios pastavam e engordavam para depois ganharem notoriedade no poder, nas artes e na comunicação social.

Aqui vou resistindo e deixo um grande abraço agradecido pela paciência de quem entra.
LNT
[0.298/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXLV ]

Picanha
Picanha - Por aí - Argentina
LNT
[0.297/2014]

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Roleta russa

ArmaEmbora haja formas de viciar os resultados, a roleta russa é um jogo que tem a característica de matar quem acerta com a câmara onde a bala está alojada.

Não sou muito de sondagens, não propriamente por desconhecer o seu método, mas por saber que são um instrumento muito fácil de manipular. Para tal, mesmo mantendo o(s) método(s) para cálculo correcto, basta que a definição dos parâmetros da consulta ou os universos sejam mal padronizados para se obterem os resultados que mais interessam a quem encomenda a sondagem.

Por exemplo aquela sondagem para saber se as pessoas preferiram Seguro, Costa ou Coelho que foram amplamente divulgadas pelos interessados em Costa por lhe darem um avanço (o edil tinha 67% sobre o PM, uma maioria que provoca gargalhadas aos mais sisudos), era destituída de interesse porque não informava (pelo menos não foi dado relevo) quantos daqueles inquiridos tinham intenção de votar no PS.

Bem, para o caso pouco interessa porque coisa mais séria é aquela que é revelada numa sondagem hoje anunciada onde é informado que se houvesse eleições legislativas o PS perderia 1,6% para a direita unida.

Partindo dos resultados eleitorais das Europeias realizadas há bem pouco tempo, em que parte do PS quis dar a entender aos eleitores que os seus votos são pouco mais valiosos do que eram as vitórias de Pirro, os eleitores respondem-lhes, possivelmente por pirraça, que não estão para se maçar com quem não respeita o seu voto e deslocam 5,3% das intenções para quem melhor os trata.

Agora o PS passa de uma vantagem de 3,7% (que muitos continuam a querer apresentar só com 3%) sobre toda a direita unida, para uma desvantagem de 1,6%
.


Porreiro, pá!
LNT
[0.296/2014]

Limpem-se à saída

MolduraNão dá qualquer gozo até porque já sabemos quais os bolsos onde hão-de ir meter as mãos, mas ainda será preciso mais (já nem falo do magnífico sucesso da dívida em % ao PIB) para entenderem quão errados andaram todos estes anos em que viveram acima das possibilidades que nos deram?

É espantoso, ainda mais, se nos lembrarmos de que o factor mais relevante para a eleição do actual Presidente da República foi o de ele ser um ilustre economista.

A roda livre desta gente e o marasmo de uma oposição que devia estar concentrada no que interessa mas que foi atirada para um canto devido a outros cantos de sereia, vai sair-nos caríssima.
Summary
Exports of goods decreased by 3.3% and imports of goods decreased by 0.8% in the quarter ended in May 2014, when compared with the quarter ended in May 2013 (-0.9% and +0.1%, respectively, in the period February to April 2014). Trade balance deficit increased by EUR 288.8 million and the coverage rate decreased by 2.1 percentage points (p.p.) to 83.8%.In May 2014, in terms of year-on-year change rates, exports of goods decreased by 3.6% and imports of goods increased by 1.9% (in April 2014 those figures were -4.8% and -6.1%, respectively).
LNT
[0.295/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXLIV ]

Vinagrete
Vinagrete - Por aí - Portugal
LNT
[0.294/2014]

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Passagem de testemunho

BardoFaltam meia-dúzia de dias para deixar de ser um chuleco dum funcionário público para passar a ser um chuleco dum aposentado.

O trabalho que desenvolvi para o Estado em Sistemas de Informação e muitos outros de alta tecnicidade tanto em análise como em implementação foram uma "brincadeira" preguiçosa que contribuiu decididamente para a inovação e para a comodidade no relacionamento dos cidadãos com o Fisco.

Os descontos que realizei durante 42 anos para a minha aposentação (há uma diferença entre aposentação, reforma e pensão - as coisas que nestas alturas se ficam a saber) foram uma porcaria que me vai fazer viver, a partir de Agosto, "à custa das novas gerações" (aquelas a quem demos tudo aquilo que têm e que nada têm a aprender connosco porque já nasceram conhecedoras).

Tenho, por isso, que vos estar muito agradecido, e estou. Foi um prazer dedicar a minha vida ao bem comum e aos cidadãos deste País.

Na próxima reencarnação vou tentar ser um banqueiro ou coisa semelhante. Um trabalhador, em suma, um privado daqueles que se fartam de trabalhar para sustentar os imprestáveis e desqualificados funcionários do Estado.
(Com um abraço muito especial para todos com quem tive o prazer de colaborar e foram muitos. Na Força Aérea Portuguesa, no Ministério do Trabalho, na Secretaria de Estado do Emprego (e da População e Emprego), na Presidência do Conselho de Ministros, no Gabinete de Gestão do Fundo de Desemprego, na Direcção-Geral da Promoção do Emprego, na Presidência da Assembleia da República, na DGCI, na fundação dos Serviços do IVA (no núcleo duro da criação do ORDIVA), no Ministério da Qualidade de Vida, na Secretaria de Estado do Ambiente, no Ministério para a Igualdade, no Alto-Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, no Ministério da Administração Pública e da Reforma do Estado, na DGITA (I*Net, Gabinete do Director-Geral e Sistema de Gestão da Qualidade (e auditoria)) e finalmente na AT.
Também nas organizações internacionais ONU e OIM.)
LNT
[0.293/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXLIII ]

Azeite
Azeite - Por aí - Portugal
LNT
[0.292/2014]

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Democracia

MagritteHá coisas em que temos de nos colocar de igual para igual para serem entendidas. Por isso tive de me pôr no mesmo plano, naquele plano onde um cidadão se consciencializa de que só tem um voto e que só é dono do seu voto e que para conduzir um processo tem de se disponibilizar com o intuito de agregar vontades.

Anda por aí muito boa gente que pensa ser dona dos votos dos outros e que, por isso, tem um estatuto especial, gente que se julga acima dos seus iguais.

O que nos dois últimos dias apresentei nas redes sociais (e que nunca concretizei porque nunca comuniquei aos orgãos do meu Partido a minha disponibilidade de candidatura) não foi uma brincadeira.

Foi uma chamada de atenção séria para a compreensão de que, em democracia, ninguém se pode arrogar dono das vontades alheias e que deve respeitar a vontade dos cidadãos (sejam ou não militantes do seu Partido).

Agora que já demonstrei o que queria demonstrar (que o "eles" e o "nós" não existe) e, dado que a reunião de ontem da CPN do PS indica que se vai iniciar a preparação do processo de inscrição de simpatizantes e de recolha de assinaturas para as eleições primárias, dou por finda a minha disponibilidade para concorrer.

Não por não ter todas as condições e direito para avançar, mas porque entendo que António José Seguro, que é o nosso actual candidato a PM desde que foi esmagadoramente eleito pelos militantes do PS no Congresso de há um ano, tem muito melhores condições para reunir à sua volta o conjunto de cidadãos que levarão o PS ao poder nas próximas legislativas.

A todos (e foram muitos) que se disponibilizaram para assinar a minha propositura deixo um agradecimento reconhecido.
LNT
[0.291/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXLII ]

Arroz de pato à portuguesa
Arroz de pato à portuguesa - Por aí - Portugal
LNT
[0.290/2014]